Leak - Dos mitos obscuros da Ilha de Bali, Indonésia

Basta chegar Cheffênia que a decisão do grupo é quase unânime: "Vamos telar o Leak". Não importam as razões, uma coisa é certa: O Leak é um MVP chato, bem chato. Ainda mais se você for um aventureiro que decide visitá-lo na sua casa, na estranha Dewata, especificamente na Ilha do Vulcão Krakatau. Aliás, o próprio lugar é cheio de mistérios, pois, de fato, ele existiu, inspirado na extinta Ilha de Krakatoa, localizada na Oceania, devastada por uma erupção vulcânica em 26 de agosto de 1883. A erupção foi tão violenta que toda forma de vida foi destruída e suas explosões puderam ser ouvidas até em países como Austrália, Filipinas e Índia. Naturalmente, Ragnarök criou o melhor cenário possível para mesclar o mito com a realidade gerada pela inclemente mãe natureza: A extinta ilha perdida na Oceania com a mitologia indonésia, rica em sua essência que, para nós, ocidentais, é um prato cheio do melhor que o exótico pode oferecer. Diretamente da Indonésia, conheça melhor sobre a rica mitologia por trás do perverso Leak.

Sprite da carta do MVP Leak

Origem e Forma

Leak, da língua indonésia, pode também ser chamado de Leyak. A criatura advém da mitologia balinesa, da Ilha de Bali, uma pequena província da Indonésia. Algumas pessoas da região dizem que é uma criatura que pode parecer um humano, cuja cabeça carrega suas entranhas, como intestinos, estômagos, pulmão e etc. Em sua forma original, a criatura possui uma longa língua e grandes presas. De dia, ele parece um humano normal, mas, à noite, ele adota sua forma mais grotesca: Sua cabeça e suas entranhas se desprendem do corpo e voam pelo céu. Suas formas podem variar tanto para a figura feminina quanto para a masculina.

Representação artística do Leyak (autor desconhecido)

Mito

Leyak (ou Leak) é descrito como uma criatura voadora que tenta encontrar mulheres grávidas para sugar o sangue dos bebês ou do feto ainda no útero da mãe. Na forma humana, assume comportamentos canibais e associa-se, muitas vezes, sua figura à rituais de magia negra e bruxaria. Por isso, algumas pessoas também descrevem sua forma como a de um demônio ou a de uma bruxa. A rainha demônio - descrita também como deusa ou bruxa - cultuada pelos leyaks é chamada de Rangda, que desempenha um importante papel em rituais públicos. Além dos próprios leyaks, demônios também são descritos como seguidores de Rangda.

Representação artística da deusa; rainha; bruxa Rangda.

Dizem que os leyaks assombram lápides, alimentam-se de cadáveres e têm o poder de transformarem-se em qualquer animal. Estátutas de leyaks são usadas, muitas vezes, como decoração de parede por pessoas locais. Geralmente, a estátua representa a forma dita "verdadeira" do Leyak, com uma longa língua e grandes garras.

Representação de uma típica estátua de Leyak 

Algumas pessoas balinesas - nativas da Ilha de Bali - atribuem certas enfermidades ou mortes aos leyaks. Normalmente, um tradicional curandeiro balinês conduziria um ritual de bruxaria para identificar a causa da morte ou da enfermidade da vítima, pois acredita-se que o espírito do morto apontaria direta ou indiretamente para o responsável por seu falecimento. Quando a causa é identificada, aconselha-se vingança por parte dos parentes ou da família da vítima, e as pessoas deixam toda a ação a cargo de um leyak. Contudo, vinganças são desaconselhadas pelos curandeiros, uma vez que se trata de criaturas traiçoeiras. A curiosidade é que os leyaks não podem atuar fora da Ilha de Bali, uma vez que se tratam de entidades nativas do local.

Crença

Um Leyak, segundo a crença balinesa, também pode ser entendido como um humano normal praticante de magia negra e que necessita de sangue de embrião para continuar a sobreviver - por isso o mito por trás de sua busca por mulheres grávidas. Algumas pessoas acreditam também que praticantes de magia negra podem invocar um Leyak para prejudicar alguém. Acredita-se que apunhalar um Leyak na parte do pescoço, quando separado de seu corpo, o impede de reunir-se com ele. Se a cabeça passar um tempo longe do corpo, a sua morte é certa. 

Banaspaty

E quem são aqueles espíritos laranjas e rosados que saltitam em torno do MVP Leak? Responsável por causar alucinação nos players, as Banaspaty não são meros mobs que enfeitam a figura perversa do MVP: Elas também advêm de um mito indonésio e são descritas como entidades humanoides, avistadas em muitos vilarejos, com pele vermelha e chifres. São perigosas e esguicham bolas de fogo e queimam tudo ao seu redor - por isso sua forma de chama como a do mob do MVP Leak. Costumam aparecer em lugares obscuros e assustam as pessoas que passam por eles, alimentando-se dos seus sentimentos de ódio e medo. Muitos fazendeiros de vilarejos da Indonésia já relataram ter avistado uma Banaspaty, especialmente aqueles que trabalham até muito tarde. Contudo, nunca foi relatado qualquer caso oficial pela mídia, restringindo sua lenda ainda na cultura oral dos vilarejos indonésios.  

Representação artística de uma Banaspaty (autor desconhecido)

E em Ragnarök?

O jogo soube trabalhar, mais uma vez, muito bem com os mitos e a figura do Leyak, e também de seu mob, Banaspaty. A descrição da carta do MVP honra toda a atmosfera de medo em torno da figura mitológica do Leak: Além de conceder força, inflige altas chances de causar medo e caos - dois sentimentos bastante pertinentes à lenda balinesa. Fora que a raça do MVP é demônio, uma das acepções assumidas pelo mito do Leyak. Quanto à Banaspaty, o sprite no formato de chamas é justificado pela sua lenda indonésia, além de alguns de seus ataques: Ataque em Fogo e a violenta Supernova, ambos de propriedade fogo. Além disso, sua carta concede chance de causar Incêndio em ataques físicos.

Agora já sabe: Pense bem antes de visitá-lo em Dewata. :)

Observações: as referências postadas aqui são fruto de pesquisas pessoais e suas fontes não são oficiais. Não houve qualquer pronunciamento oficial da Gravity para confirmar a veracidade delas. Portanto, qualquer erro e/ou incoerência, por favor, fique à vontade para entrar em contato. :)