Quem já passeou por Geffênia já deve ter se deparado com os charmosos Succubus e Incubus, donos de simpáticas asinhas de demônio e, visivelmente, cheios de amor para dar (quem nunca reparou nos beijinhos mandados pela Succubus?). Essas criaturinhas "seduzentes" não são apenas mais duas dentre um universo extenso de monstros de Ragnarök Online: Elas guardam referências interessantes na cultura de muitos povos antigos.

Em relação ao Incubus, temos dois itens interessantes: o "Anel de Diamante" e o "Anel de Ouro". Ambos fazem alusão a um "presente para a pessoa amada", em especial, para as mulheres...
Outra referência interessante é o drop "Anel Ancestral". Ele faz referência a um suposto rei da antiguidade. Provavelmente, é em relação à "Lista do Rei Sumério", uma das primeiras escrituras na qual aparece o mito do Incubus.


Sprites das cartas de Incubus e Succubus, em Ragnarök Online
Etimologia
Tanto incubus quanto succubus são dois nomes derivados do latim, mais especificamente do latim tardio - língua ancestral direta de muitos idiomas atuais (português, italiano, francês, espanhol e etc). Como se percebe, não é um assunto dos tempos atuais. Succubus deriva de succuba "amante">succub(āre) "deitar por baixo" (sub- "baixo" + cubāre "deitar na cama"). Especula-se que o termo tenha surgido por volta do século XIV. Já incubus deriva de incub(āre) "deitar por cima". O verbo da língua portuguesa "sucumbir" tem a mesma origem que a de succubus, enquanto o verbo "incumbir" tem o mesmo étimo que incubus. O primeiro dá a ideia de "submeter-se", enquanto o outro dá a ideia de "encarregar-se de"; "reclinar-se sobre". Na língua portuguesa, succubus e incubus são chamados de súcubo e íncubo.
Origens folclóricas
Precisar exatamente de onde vêm ambas as figuras é uma tarefa complicada, uma vez que em quase todas as culturas e mitologias existe uma correspondência direta ou indireta com a Succubus e o Incubus. Supõe-se que uma das primeiras menções vem da Mesopotâmia, em 2.400 a.C, em uma lasca de pedra na qual continham escrituras em língua suméria chamada "Lista do Rei Sumério". Além disso, há menções também em diversas tradições, como nos folclores germânico, sueco, turco, sul-africano e até mesmo no folclore brasileiro, sob a personagem boto-cor-de-rosa que acreditava-se ser uma encarnação do Incubus, que seduzia as mulheres da região para o rio e as engravidava. Também encontram-se menções na mitologia árabe, cabala e até mesmo no tradicional tratado sobre as bruxas, escrito em 1486 pelo clérigo católico Heinrich Kramer, chamado de Malleus Maleficarum - em português, "Martelo das Bruxas". O tratado apresenta formas de identificação e táticas de torturas contra bruxas que, acreditava-se antigamente, eram detentoras de poderes demoníacos. Segundo o documento, uma das formas de se livrar de um Incubus, por exemplo, seria o exorcismo, uma vez que este era visto como uma manifestação demoníaca.
Origens folclóricas
Precisar exatamente de onde vêm ambas as figuras é uma tarefa complicada, uma vez que em quase todas as culturas e mitologias existe uma correspondência direta ou indireta com a Succubus e o Incubus. Supõe-se que uma das primeiras menções vem da Mesopotâmia, em 2.400 a.C, em uma lasca de pedra na qual continham escrituras em língua suméria chamada "Lista do Rei Sumério". Além disso, há menções também em diversas tradições, como nos folclores germânico, sueco, turco, sul-africano e até mesmo no folclore brasileiro, sob a personagem boto-cor-de-rosa que acreditava-se ser uma encarnação do Incubus, que seduzia as mulheres da região para o rio e as engravidava. Também encontram-se menções na mitologia árabe, cabala e até mesmo no tradicional tratado sobre as bruxas, escrito em 1486 pelo clérigo católico Heinrich Kramer, chamado de Malleus Maleficarum - em português, "Martelo das Bruxas". O tratado apresenta formas de identificação e táticas de torturas contra bruxas que, acreditava-se antigamente, eram detentoras de poderes demoníacos. Segundo o documento, uma das formas de se livrar de um Incubus, por exemplo, seria o exorcismo, uma vez que este era visto como uma manifestação demoníaca.
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Capa de uma edição do "Malleus Maleficarum", datada de 1669 |
História
Mas, afinal, qual é a natureza do Incubus e da Succubus? E como eles se manifestam? Como mencionado anteriormente, essas figuras se manifestam em muitas culturas, com naturezas diferentes, mas todas elas têm algo muito em comum: Tanto a Succubus quanto o Incubus são retratados como criaturas malignas ligadas à excitação sexual, à luxúria e à sedução. A Succubus, segundo lendas medievais, é um demônio que, travestido de uma jovem e bela mulher, invade o sonho dos homens a fim de se relacionar sexualmente com eles. Ela alimenta-se da energia sexual de suas vítimas, levando-as à completa exaustão e podendo, posteriormente, levá-las à morte. Segundo o Malleus Maleficarum, a Succubus rouba o sêmen dos homens durante o ato sexual e o entrega ao Incubus para que este engravide as mulheres ao se relacionar com elas. Aliás, o Incubus é a versão masculina da Succubus.
Nas crenças que permeiam a região do Oriente Médio, Succubus é conhecida como أٌم الدويس Al duwayce, uma sedutora mulher que vagueia pelo deserto em cima de um camelo a fim de atrair homens acusados de adultério. Ela os seduz, inicia uma relação sexual com eles e acaba por decepar o pênis dos parceiros por causa de sua vagina que acreditava-se ser cheia de lâminas afiadas - chamada de vagina dentata, do latim, "vagina com dentes". O infeliz é deixado agonizando de dor e, por último, a mulher assume sua forma original de criatura maligna e o devora vivo.
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Em todas as descrições, Succubus é sempre retratada como uma mulher sensual, de seios fartos, com chifres e asas. Acreditava-se ser a responsável pelas paralisias do sono e a chamada "polução noturna" (ejaculação involuntária) dos homens durante as noites de sono (autor desconhecido). |
Em relação ao Incubus, ele fazia o mesmo que a Succubus: Invadia o sono de mulheres a fim de manter relações sexuais com elas. Ele assume a forma mais atraente possível para sua vítima, suga sua energia sexual e, após o ato, a vítima acorda esgotada sem se recordar do que houve. A figura sensual e andrógina do vampiro na cultura moderna deve muito à figura do Incubus; a diferença é que o Incubus não suga o sangue da vítima, apesar de o ato de "sugar" a energia sexual de suas vítimas seja semelhante ao vampirismo. A experiência de ataque de uma Succubus e um Incubus pode variar de um intenso prazer sexual até mesmo a um momento agonizante de paralisia noturna.
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O Incubus, assim como sua correspondente feminina, é retratado de maneira igualmente sensual, com chifres e asas de demônio. Segundo o Malleus Maleficarum, todas as mulheres acusadas de bruxaria tinham um pacto com ele para fins malignos. Em algumas fontes, Incubus era identificado pelo tamanho não-natural de seu enorme pênis (autor desconhecido) |
Já em Ragnarök...
As sedutoras criaturas de Geffênia apresentam referências interessantes aos folclores em torno de seus nomes. Já reparou nos drops da Succubus, por exemplo? Um deles é o chamado "Coração Puro" e, segundo a descrição do item, é a "representação do coração puro de um rapaz". Sabe a parte interessante? É a comida favorita dela...
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Item usado para domesticar uma Succubus, em Ragnarök Online. Nada mais apropriado do que o coração puro de um rapaz para atrair uma Succubus! (Fonte: Ragnadb) |
Outra parte interessante é a Carta da Succubus. Ela dá VIT - 3 e recuperação de HP -20%, o que parece ser em alusão à energia sugada de suas vítimas noturnas. Contudo, se for associada a uma Carta Incubus, concede vitalidade superior e uma generosa recuperação de HP.
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Sprite da Succubus |
Em relação ao Incubus, temos dois itens interessantes: o "Anel de Diamante" e o "Anel de Ouro". Ambos fazem alusão a um "presente para a pessoa amada", em especial, para as mulheres...
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Um dos drops do Incubus. Nada mais pertinente que um belo anel de diamante para as mulheres (Fonte: Ragnadb) |
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Sprite do Incubus |
Outra referência interessante é o drop "Anel Ancestral". Ele faz referência a um suposto rei da antiguidade. Provavelmente, é em relação à "Lista do Rei Sumério", uma das primeiras escrituras na qual aparece o mito do Incubus.
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Outro drop do Incubus com referências históricas à escritura suméria "Lista do Rei Sumério", em 2.400 a.C (Fonte: Ragnadb). |
Observações: as referências postadas aqui são fruto de pesquisas pessoais e suas fontes não são oficiais. Não houve qualquer pronunciamento oficial da Gravity para confirmar a veracidade delas. Portanto, qualquer erro e/ou incoerência, por favor, fique à vontade para entrar em contato. :)
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